Protesto de professores contra 2,5% de reajuste deixa mais 5 mil sem aulas

31/03/2016 16h13 - Atualizado em 31/03/2016 20h43

Paralisação deixou 11 escolas de São João da Boa Vista (SP) fechadas.
Categoria é contra o valor do aumento e o cancelamento do bônus anual.

Professores e agentes de organização escolar fizeram uma paralisação em São João da Boa Vista (SP) nesta quinta-feira (31). A categoria protestou contra o reajuste salarial de 2,5%oferecido pelo governo do estado e ocancelamento do bônus anual. Ao menos 11 escolas não funcionaram e mais de 5,5 mil alunos ficaram sem aulas.

Em visita a Araraquara na quarta-feira (30) para a inauguração da fábrica da Hynday-Rotem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que os professores serão ouvidos ainda culpou a crise pela dificuldade em reajustar o salário da categoria.

O governador afirmou ainda que sempre fez o pagamento de bônus, além do reajuste. "Em razão da crise, estamos com dificuldade de dar aumento. A arrecadação caiu muito. Quando a arrecadação cai, chega num limite prudencial", disse. "É exclusivamente esse ano, exclusivamente em relação à crise"."Nós temos R$ 500 milhões para pagar o bônus e a Apeoesp [Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo] mandou um documento dizendo que o valor destinado ao pagamento de bônus seja convertido em reajuste salarial para todos", afirmou Alckmin. "Eles propuseram, pode ser o bônus ou se quiserem transformar o bônus em reajuste geral não tem problema. Como os sindicatos nos pediram, nós vamos estudar a hipótese em vez de pagar o bônus pagar o reajuste geral".

Nariz de palhaço

As escolas de São João da Boa Vista amanheceram fechadas nesta quinta-feira. Avisados sobre a paralisação, os alunos foram às aulas. Professores e agentes se concentraram na Praça Joaquim José, no Centro, vestidos de preto e com nariz de palhaço. "Ele [governador] muda as regras do jogo no meio do caminho? Isto está errado. Ele precisa primeiro cumprir o que prometeu", disse a professora Juliana Rodrigues.

Os professores, que saíram em passeata pelas ruas com cartazes e apitos, chamaram a atenção da população. A manifestação terminou em frente à Diretoria Regional de Ensino de São João.

"As propostas que a Apeoesp têm é que, primeiro, a gente atinja a meta 17 do plano nacional de educação, que no caso é a equiparação do salário dos professores com os demais profissionais que tenham nível superior. A reposição da inflação e também uma mesa de negociação permanente para que possamos dialogar o que os professores de fato querem", disse Rônia Regina Cordeiro, coordenadora da Apeoesp.

Reajuste

Na terça-feira (29), a Secretaria da Educação de São Paulo confirmou que propôs um reajuste salarial de 2,5% aos professores, que não recebem aumento desde 2014. Sobre o reajuste de 2,5% estar muito abaixo da inflação registrada no ano passado, que ficou em 10,67%, a Secretaria da Educação disse que o problema é a crise econômica enfrentada pelo país.

A diretoria da Apeoesp informou, em nota, que o percentual de reajuste está muito abaixo do pretendido. "Esse percentual está muito distante do necessário para a valorização de uma categoria tão importante como são os professores, sobretudo os professores estaduais paulistas que estão há dois anos sem reajuste salarial com grandes perdas acumuladas. Por isso, a diretoria da Apeoesp recusou este percentual na própria reunião. Não dá para iniciar uma conversa sobre um reajuste tão insignificante", diz o texto do sindicato.

• Professores de São João vestiram preto e usaram nariz de palhaço (Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV)

Cancelamento do bônus

É a primeira vez, desde 2008, quando o bônus foi criado, quedeixará de ser pago. O bônus é pago às escolas que atingiram ou superaram as metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp).

O governador afirmou ainda que sempre fez o pagamento de bônus, além do reajuste. "Em razão da crise, estamos com dificuldade de dar aumento. A arrecadação caiu muito. Quando a arrecadação cai, chega num limite prudencial", disse. "É exclusivamente esse ano, exclusivamente em relação à crise".

Fonte: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2016/03/protesto-de-professores-contra-25-de-reajuste-deixa-mais-5-mil-sem-aulas.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar