segunda-feira, 15 de junho de 2015

Após noventa dias a greve acabou e escancarou o modo que o Governo trata a Educação !

Após noventa dias a greve acabou e escancarou o modo que o Governo trata a Educação no maior estado do Brasil.Novamente "tiro meu chapéu" par o articulista professor Silvio Prado que  retratou a dura realidade da escola após um movimento com tanto feridos  física e emocionalmente e  sonhos aniquilados em uma escola destruída...e agora professor?
Novamente o “viva a morte” prevaleceu ,bem lembrado pelo professor Silvio Prado e sem dúvida  um lema perfeito para tal situação que escancarou o tamanho desprezo deste governo pelo professor e pela educação.

Viva a morte!
Hoje, segunda feira, muito professor retorna para a sala de aula depois de noventa dias de greve. A maioria volta de cabeça erguida, mesmo que os bolsos estejam vazios e as contas de três meses estejam acumuladas em alguma gaveta da casa.
Na escola, ele encontrará de tudo um pouco, desde o aluno que inevitavelmente perguntará quais foram os ganhos da greve e até mesmo o professor, que se recusou a entrar no movimento, descobrirá um jeito de dizer agora “que não adianta mesmo lutar porque o governo é forte e não tá nem ai com a educação”.
Com o diretor ou coordenador a conversa será mais embaixo: e agora professor, como ficam suas notas para o final do bimestre?
Enquanto com sacrifício vai retomando a rotina da escola, o professor vai também percebendo que ninguém, ninguém mesmo, será capaz de lhe perguntar ou mostrar interesses por suas dificuldades financeiras.
Ele que entrou numa luta pensando no bem estar coletivo e na melhora geral da educação, terá então que se arrumar sozinho e se virar como pode, não contar com ninguém, muito menos com o sindicato, incapaz de organizar um fundo de greve que, mesmo parcialmente, dê conta de suas necessidades. Sozinho, sempre sozinho, como se estivesse num deserto procurando por um copo d’água.
Em algumas escolas certamente poderá haver discussões acaloradas entre grevistas e algum fura-greve. Enfim, a vida terá que seguir adiante e a rotina massacrante e despersonalizadora imposta à escola e ao professor prevalecerá.
A burocracia com seus dirigentes e supervisores estará atenta ao processo de reposição com suas visitinhas desmoralizadoras, de olho no calendário de freqüência e nas cadernetas.
É duro e triste dizer que grande parte das escolas públicas parece que virou uma espécie de túmulo da educação no interior de uma imensa rede que lembra um triste cemitério. E o secretario da educação e o governador, coveiros de luxo, administram cada cova e domesticam os mortos vivos que se amontoam resignadamente dentro delas.
Portanto, nas escolas, nada de novo, apenas aquela sensação da falsa paz advinda do que há de pior, a morte.
Mas felizmente, com todos os prejuízos pessoais gerados por noventa dias de greve, uns poucos foram até o fim resistindo ao “viva a morte” gritados a cada pronunciamento de Alckmin e Herman sobre o movimento.
Para quem não sabe, “viva a morte” foi o macabro grito de guerra dos fascistas comandados pelo general Franco no correr da Guerra Civil Espanhola, nos últimos anos da década de 1930. Nessa guerra trágica, a morte prevaleceu sobre os mais sublimes ideais defendidos por libertários e sonhadores lúcidos daquele momento. A guerra espanhola serviu para escancarar as portas da Europa para as loucuras que o nazismo imporia nos anos seguintes.
O “viva a morte” é um lema perfeito para quem trata a Educação e o professor com tamanho desprezo e até com respingos de ódio, como habitualmente fazem Alckmin e Herman.
Silvio Prado
https://www.facebook.com/silvio.prado.35?fref=nf

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