quinta-feira, 7 de maio de 2015

VIOLÊNCIA E AGRESSÕES AFASTAM DOCENTE DA ESCOLA PÚBLICA.



Sempre que a violência nas escolas  ganha as manchetes na mídia as Diretorias de ensino são orientadas pela  SEE para  informar que a rede estadual  conta com o Sistema de proteção escolar e que o Professor Mediador Escolar e Comunitário (PMEC) esta na escola para atuar em ações preventivas contra a violência e aproximar a comunidade da escola,mas infelizmente a realidade não corresponde com o projeto do papel que é lindo e ousado,mas não tem pode para "mudar" a cabeça de equipe gestoras que "engolem" o PMEC e longe dos Holofotes e dos coordenadores do programa  conseguem impor suas "regrinhas de convivência na escola" que nem sempre é condizente com o foco, o projeto e o ECA.

 A maioria dos professores que exercem a função de PMEC  são professores de categoria "F"  e devido sua situação pode "cair fora" do projeto em um simples  "estalar de dedos" da equipe gestora,são reféns da situação precária de contratação da SEE e isso impede que denuncias de casos graves de violência  sejam registradas nas DES e no ROI do projeto SPE,pois o acesso é do diretor e somente este pode acessar o sistema e decidir o que vai registrar,ou seja, muitos problemas são "jogados para debaixo do tapete da burocracia " e as 
escolas mais parecem um "santuário" de paz e tranquilidade.
Infelizmente o projeto do PMEC  apesar de estar na rede nos últimos 5 anos ainda engatinha,o que é uma pena,pois na minha humilde opinião foi o único projeto decente implementado na educação de São Paulo nos últimos anos . O projeto é bom mas  necessita de reajustes importantes para ser de fato na prática o que preconiza na teoria.
 

É importante lembrar aqui que o supervisor que coordena o projeto na DE  deve ser uma pessoa que acredita verdadeiramente no projeto,pois se for uma pessoa que foi escolhida aleatoriamente para "tapar buraco" vai apenas fazer a parte burocrática e impor "projetinhos" que nunca saem do papel,ou seja transformar  a atuação do PMEC na escola é apenas um paliativo para inglês ver. 


Atuei como PMEC de 2009 à 2013 e na prática  posso afirmar com certeza que o PMEC não pode fazer milagre e não é a única solução para o problema da violência nas escolas. 

Prof M Socorro



Professor que teve o nariz quebrado por aluno vai abandonar a profissão

Agressão aconteceu na terça-feira (5) em Rio Claro, SP, no horário de aula.
'Todos da escola sabem como o garoto é perigoso', relata vítima de 36 anos.


06/05/2015 12h02 - Atualizado em 06/05/2015 15h55
Do G1 São Carlos e Região
Aluno quebra nariz de professor usando um tijolo em Rio Claro (Foto:  Roberta Estevão/Arquivo Pessoal)Aluno quebra nariz de professor usando um bloco em Rio Claro (Foto: Roberta Estevão/Arquivo Pessoal)
“Quando tenho aula, já entro na sala com medo. Todos da escola sabem como o garoto é perigoso”. É assim que o professor Walter da Rocha e Silva de Rio Claro (SP) descreve o aluno de 14 anos que o agrediu e quebrou seu nariz com um bloco de concreto dentro da escola na terça-feira (5). Professor de química há 4 anos, ele disse ao G1 nesta quarta-feira (6) que vai abandonar a profissão por falta de segurança no trabalho e má remuneração.
O professor de 36 anos deve passar por uma consulta ainda nesta quarta-feira para avaliar se vai precisar de cirurgia. A agressão aconteceu durante a manhã de terça-feira na da Escola Estadual João Baptista Negrão. Silva relatou que o adolescente fazia bagunça na sala de aula e, após uma breve discussão entre ambos, o jovem foi expulso do local e encaminhado à diretoria. O adolescente, entretanto, retornou à sala para buscar o material.


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  • A escola virou um depósito de alunos. É uma cadeia que os estudantes ficam meio período. Deveria ser assim: o aluno vai porque quer estudar. Se não quiser, não entra"
Walter da Rocha e Silva, professor
“Assim que ele saiu, eu, a diretora e a coordenadora o acompanhamos até a direção. Ele estava na porta da diretoria e, quando me aproximei, fui acertado com o bloco no nariz”, afirmou Walter.
O bloco também acertou uma aluna que estava na secretaria. O menor fugiu da escola antes da chegada da polícia, e o professor foi encaminhado ao pronto-socorro da cidade, onde registrou um boletim de ocorrência. Ele teve ferimentos no rosto e quebrou o nariz. Já a aluna não apresentou ferimentos.
Silva, que trabalha há dois anos na escola e dá aulas de terça e quinta-feira, disse que já sabia do histórico do estudante. De acordo com ele, outros professores já tinham avisado sobre o perigo que o garoto apresentava, por ser  violento e já ter tido problemas com a polícia anteriormente.
Falta de incentivo

Embora seja a primeira agressão sofrida, Silva disse conhecer casos de agressão em outras unidades de ensino. Ele disse que isso se deve ao fato de alunos serem empurrados para a escola desde cedo, mesmo sem vontade de estudar. “A escola virou um depósito de alunos. É uma cadeia que os estudantes ficam meio período. Deveria ser assim: o aluno vai porque quer estudar. Se não quiser, não entra”, afirmou.




O professor, que está terminando a pós-graduação, disse ter a certeza de que vai largar a profissão. “O professor sofre muito no trabalho, é mal remunerado, corre risco e não tem proteção. Se fosse com a polícia, teriam como se defender, mas o que o professor pode fazer? No máximo jogar um giz no aluno”, declarou.


Violência
A Diretoria Regional de Ensino de Limeira afirmou, em nota, que repudia qualquer ato de violência e lamentou o ocorrido na escola. "A direção da unidade prestou todo atendimento ao professor e realiza o acompanhamento do docente. A Ronda Escolar foi acionada e um boletim de ocorrência registrado", explicou.

O comunicado também alega que as escolas contam com o sistema de proteção escolar, que busca incentivar a participação dos responsáveis e da comunidade nas ações preventivas à violência.

"Vale ressaltar que já está agendada uma reunião do conselho escolar com os responsáveis e o conselho tutelar para definir as punições ao estudante de acordo com o regimento escolar. A direção da unidade de ensino está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos", finalizou.

fonte:http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/05/professor-que-teve-nariz-quebrado-por-estudante-vai-abandonar-profissao.html

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