sábado, 31 de janeiro de 2015

Fora da escola, a população tem o direito e o dever de acompanhar o que se passa lá dentro.

Garimpando na "net" encontrei este artigo que" tiro meu chapéu".
O professor  Aldo Vannuchi em sua anlise sobre o lema"Brasil, pátria educadora" foi  direto ao assunto,mas foi mais além ao lembrar  que uma dos fatores também  emperra a melhoria do ensino brasileiro é a falta de parceria entre familia e escola,quando afirma que "Fora da escola, a população tem o direito e o dever de acompanhar o que se passa lá dentro."
É Importante lembrar que a escola definha nas mãos de uma politica educacional cada vez mais equivocada por causa da ausência do povo na escola,principalmente dos familiares dos estudantes que encontraram na "omissão" uma forma de terceirizar" a educação de seus filhos,abrindo espaço para o caos dos mandos e desmandos do poder público .
Compartilho também a ideia de que  a educação só vai melhorar se a Associações de Pais e Mestres e os Conselhos Escolares passem a atuar além das atividades recreativas, sociais e culturais da escola.
Educação de qualidade é um direito a ser reivindicado,mas é importante lembrar aos pais de alunos que as mudanças necessárias na educação   não ocorreram só pela vontade do poder público ,uma educação de qualidade também  se constrói no diálogo entre familia e escola e como afirmou o autor do artigo abaixo: "Lares e escolas melhoram, quando se conversam."

 | ARTIGO

Às ruas, pela educação

A educação dentro de casa há de ser lá implementada e não terceirizada. Lares e escolas melhoram, quando se conversam


Aldo Vannucchi

As aulas vêm aí, à luz de um novo lema nacional. Apagou-se o "Brasil, um país de todos", que foi pura mentira. Sumiu o "País rico é país sem pobreza", que foi um erro, tinha que ser sem miséria, porque há muita família pobre, mas digna. Agora, com precisão e propriedade, lança-se "Brasil, pátria educadora", uma proposta essencial, a única, a longo prazo, capaz de tirar o País da atual sarjeta moral e política e da inaceitável estagnação econômica.

É obra gigantesca, mas vitoriosa, se concentrada na educação básica, causa principal da vergonhosa classificação do País, no mapa da educação mundial. Vários programas nacionais e internacionais de avaliação dos nossos estudantes, da creche ao ensino médio, revelam que estamos mal na fita.

A reversão desse quadro exige envolvimento permanente das autoridades educacionais, na efetivação do Plano Nacional de Educação, que prevê, entre outras metas, colocar na escola todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, aumentar o número de concluintes do ensino médio e valorizar as (os) professoras (es) da rede pública da educação básica, com atualização progressiva do seu piso salarial e garantia de um plano de carreira motivador.

Cumprirá a União tais compromissos? Dá pra duvidar, pois o orçamento do Ministério da Educação vem de ser cortado em 7 bilhões de reais, e, por outro lado, muda-se Ministro da Educação no Brasil como se mudam as peças em jogo de xadrez. Nos cinco anos do governo Dilma já tivemos quatro ministros!

O que me anima, apesar de tudo, é que, se União, Estado e Município existem para promover e incentivar o direito constitucional à educação, todo cidadão brasileiro tem dever e potencial para reivindicar que se respeite esse direito. Reivindicar é o verbo. É mais que pedir e reclamar. Reivindicar é verbo que tem história. Nasceu no direito romano, quando o dono de alguma coisa a exigia de volta, se dela fosse espoliado.

A pátria não se fará educadora só pela força do poder público, sem o apoio, a crítica e as sugestões da população. Já houve discursos demais festejando a educação como o pilar básico do desenvolvimento nacional. Chegou a hora de passar à ação, dentro da escola e fora dela.

Dentro de cada unidade escolar, a Associação de Pais e Mestres e o Conselho Escolar precisam, além das atividades recreativas, sociais e culturais, exercer ação crítica e fiscalizadora da escola, pela avaliação constante dos seus aspectos administrativos, técnicos e pedagógicos.

Fora da escola, a população tem o direito e o dever de acompanhar o que se passa lá dentro. A educação dentro de casa há de ser lá implementada e não terceirizada. Lares e escolas melhoram, quando se conversam. E quando esse intercâmbio não resolve, por desídia ou omissão do poder público, é preciso ir às ruas reivindicar educação, como se reivindica serviço público de saúde, segurança e transporte. Reivindicar vagas para todas as crianças, escolas seguras e bem cuidadas, e, sobretudo, ensino de qualidade, currículos atualizados, professores presentes e valorizados. Reivindicar sem black blocs, mas também sem constrangimento político-partidário, sem medo e sem descanso. Quem não se cansa não alcança.

O professor Aldo Vannucchi é ex-reitor da Universidade de Sorocaba (Uniso) e escreve aos sábados neste espaço - aldo.vannucchi@uniso.br

Fonte : http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/591922/as-ruas-pela-educacao

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